Abordo sempre no meu trabalho que o medo de assumirmos as mudanças em nossas vidas é o medo que temos do desconhecido, que é o nosso medo ancestral. Ele não é apenas o medo da morte, mas da própria vida, pois não controlamos tudo o tempo todo. O inesperado da vida acontece sempre. Muitos vivem de forma automática como se todos os dias fossem iguais para não terem que olhar para o desconhecido ou para aquilo que não sabemos. O grande profissional sabe que não sabe nada e está sempre buscando novas formas de conhecimento. Muitos vivem a vida “como se não se a morte não existisse, e morrem como se não tivessem vivido”, já dizia o Dalai Lama. Isso ocorre na maioria das vezes para não lembrarmos da nossa finitude, e assim vivemos num "modo automático". Quando alguém morre, levamos um susto, o modo automático se desfaz por alguns momentos, pois não era esperado aquela pessoa morrer agora. Não fingir que existe a morte fará com que direcionemos melhor as nossas vidas para aproveitá-la mais e saboreamos melhor o estado de estar vivo no momento presente. Sempre digo para os meus Formandos: “Estou vivo agora, posso andar, respirar, pensar e escolher até novas maneiras de chegarmos as nossas metas.” No presente tudo pode acontecer e você pode saborear esse momento único como ler esse texto agora porque é o presente! Poderá até não chegar ao fim da leitura, pois tudo pode acontecer, não apenas a morte, mas receber um telefonema de um grande amigo. Ter a consciência de que não controlamos tudo nos trará mais qualidade para as nossas vidas. Nas escolas não nos dão aulas como lidar com as mudanças, com os nossos medos diante do desconhecido, e isso deveria ser matéria curricular. Proponho que possamos sair do "modo automático", isso nos dará mais sabor pelas nossas vidas, e poderemos direcionar melhor as nossas metas e os nossos caminhos! A vida é AGORA!
Raul de Orofino, autor, ator, palestrante e professor de inteligência emocional
Commenti